
cruzando abismo entre nós
sobre corda tão mal estendida,
que aos impulsos tremia, tremia, tremia...
As outras, em pontes seguras,
passavam zombando de mim,
e eu com mais raiva tremia na corda,
que ele tremia,tremia, tremia...
Ele nem percebia: tremia comigo,
tremia por mim, gastando seu tempo
em me meter medo e tremores.
Queria o medo de mim...
E eu tinha tudo, só não tinha medo.
Na corda, na teima, na luta tremida,
buscava tremendo desejo que havia,
e ele tremia, tremia, tremia...
(Foto: SÉRGIO LARRAIN , fisherman's daughters , Horcones , Chile , 1957)
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