Você diz que foi num exílio que eu fiz minha morada
E
é no mundo proibido que encontro o meu sentir
Diz que ando, sem proteção, no limite do tudo ou nada
Que
no vão da realidade dou o mergulho de existir
E
eu então lhe digo que não é um exilado
Que
sem um lugar certo você tem todos, enfim
Que não tendo nada carrega, de fato,
Esse
misterioso infinito que eu queria ter pra mim
E dá
de a gente só se encontrar nesse intervalo
De
um buscar o chão e o outro de deixá-lo
Desterro
minhas raízes para, em voos, te alcançar
E te encontro usando asas para aterrissar
Você diz que não tem mais para onde voltar
E eu não suporto esse espaço de ficar e ter
Desprezo
meus limites a tentar te acompanhar
E vem você com planos de se estabelecer
Insisto
que já gosto do que é e nada mais
Não
me importo com o que está por acontecer
Mas você quer aquela que largo para trás
Só
me tomando se eu for tudo o que não quero ser
Amamos
assim a imagem do outro, a ilusão
cada
qual à busca de seu próprio reverso
Ardemos
a chama nos raros instantes de união
Num
jogo de talvez ou não que é tão perverso
Quando,
em sonhos, você lembra seu país
Como
seria se não tivesse deixado seu chão
Penso
que, talvez, você fosse mais feliz
E cá
comigo sei que eu certamente não.
(13 de Setembro de 2013)
Nenhum comentário:
Postar um comentário