quinta-feira, 5 de maio de 2016

Exílios



Há no exilado um não existir contraditório em que se é nenhum ao ser muitos.
O exilado visita todos os sítios, as ruas sorridentes e as obscuras. Em sua ânsia de ter um chão a que pertencer, procura todos os lugares mas não consegue estar em nenhum.Tudo é permeado pela ausência.
Como uma sombra, é referenciado por muita gente que não o pode apontar senão por breves instantes de sua passagem.
O exilado tem uma vida reticente e cheia de histórias suspensas.
O exilado nunca tem para onde voltar, porque quem o espera nunca o sente chegar...


Foto: Araquém Alcântara

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