Os olhos lânguidos da lua
Colados aos meus
Despertos nesta noite de vigília
Adiam a algazarra dos meus sonhos
Dormentes
E no quarto, antes minguante
Ora crescente
Tudo é um rio de luminescente calmaria
Águas estáticas da lua em que flutuo
Nua
Nessa nudez quieta e aflita
Lua e nua
Nossos corpos pelas águas
Reluzentes
Boiam, noite adentro, no céu
Do quarto lunar
No quarto lunar de seus olhos
Inundado
O véu da noite, que de lua nada esconde
Segreda espasmos de fulgores, lácteos
Prateados
Mas todo intenso sob a lua
É silêncio
Fases de exaltação e quietude
Por entre sussurros
O quarto se completa
Na volúpia
O cio e o ciclo se consumam:
Carne e luz
Lua em seu quarto
Mulher plena
Olhos exaustos
Fim de vigília
Amanhã é lua cheia
Dormimos
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