Às vezes, de um jeito conhecido
Despropositada, enjoada
Eu sei do tecido destino
Estou com borboletas no estômago
Borboletas em meu estômago
Anunciam vendavais
Trazendo vertigens e medos
Borboletas causam estrondos em mim
Vou ao trabalho. Vejo política
Sorrio de graças sem graça
Entro na loja oriental
Compro tapetinhos de banheiro
Tudo faço para me desconcentrar
Dessas aladas maestrinas
Regentes de meu descompasso
Entre razão e desejo
Eu já voei por esses prados
Ah, já sei aonde as tais me levam
Essas guias aleivosas
Que me desorientam o caminho
As mesmas trilhas de flores, cores
Promessas de sabores no ar
Fazem-me sempre acreditar
Que sou mais uma que tem asas
Vou
E breve como seus dias
Se dá meu voo de alegria
E lá das flores, lá dos céus
Rindo, voo
Voo, rindo
Rindo, voo
Rindo, rindo
Vejo chão
Vejo no chão
Dois pés
Meus pés
No chão
...
Nem nas asas de meu sonho
inconformado
Nem no estômago de volta
A seu repouso imolado
Tudo de novo
De novo vazio
As borboletas se foram de mim
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