quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Ascensão

 





Para o alto se ia, 

passando por milhões de anos

Vias lácteas, planetas 

que ficavam para trás


Subia, subia

Em direção à última estrela

Na trilha em que tudo brilhava

no tempo da luz

Mesmo tudo sendo escuridão


E ria elevada, subindo

Essa vertiginosa subida

Já sem caminho e descanso

Suplantando astrofísicos vazios


E olhava para baixo onde cometas

brilhavam como cascalhos

Arrebatando dinossauros

E lavrando terra com fogo


Subia e mais nada era alcançado

Pelos olhos e lembranças

Nada havendo além de si

Como flutuante centelha


Nem som, nem noite ou dia

Somente altura e descampado

Tão alta nunca se sentira

Tão alta, tão alta, tão só

Subia...

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