Não é um desgosto, pelo contrário, há ali muitas fibras tecidas no querer. Nem é um desencanto como espera que não se cumpre. Concretamente, esperas nem sequer houve. Nem é, tampouco, a perda do que antes fora, pois há sempre um estado de um contínuo permanecer que se renova.
Na verdade , trata-se de um estranhamento, um desajuste, na melhor expressão. Simplesmente, uma peça que não se encaixa no último espaço do tabuleiro, não tendo sido ela feita de fato para encaixes: una, exclusiva, em seu começo e fim de objeto ser.
Talvez esteja no vento que vira a folha, no sol que clareia e traduz mais conhecimento e vida; ou na chuva que apenas chove, porque é época de chover, haja ou não as sementes lançadas ao solo.
É um algo de desarranjo num todo que se harmoniza. Sem destino a chegar, tudo é um estado de fluência para algum lugar.
E nada se quer, mas se obtém. E nada se dá, mas se completa.
Sem previsões de necessidades, de abundâncias ou explicações, apenas é.
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