segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Estranheza

 






Não pertenço a este lugar 

para que olho como estranha

que perdeu passagem e voo 


E renego esses rituais de modelos 

que não entendo e engulo a seco 

rasgando minha garganta muda.


Não pertenço a esse toque 

E nem esse som me estremece

vindo de sua boca, inaudível


Não sei o sentido e o espaço

desse abraço em que não estou 

de onde abafa  meu grito de lhe dizer


Que não pertenço  à vida sua 

Não habito a sua cama

Não sou eu em sua retina


 - Eu não sou daqui!


O único lugar em que me encontra

É o lugar de minha perene partida 

Em que nem lhe digo adeus...
















Saudade que Aperta


 


A saudade é um negócio danado

Ela tem umas mãos grandes

de dedos macios e fortes

E vai espremendo os afetos de nós

Espreme tanto que faz escorrer

sucos dos olhos da gente