Eu preciso que saiba que não está só.
Não está só nesta angústia e neste espanto.
Como semente que se contorce
da sombra da terra para a luz,
estamos estupefatos com este fulgor.
Doemos.
É duro, eu sei, lidar com o encontro de uma busca.
Estou sem fôlego, sem ar, sem sono.
Como tratar, tão de repente, esta não solidão que a vida oferece?
Deixamos de ser sós, aquela solidão que nos acompanhou pela estrada.
A emoção dessa epifania transborda.
Afogamos como numa onda que inunda uma cidade.
Ah! Sem fôlego, sem ar, sem sono...
Eu estou embriagada de medo como você.
Sabemos que é mútuo e único o caminho de verdades a descoberto.
Como trilhá-lo? Como resistir a deixar de trilhá-lo?
Sem fôlego!
Venha! Fujamos de medo
para não por na língua tal doçura fácil
que desconhecemos!
O nosso sofrimento é o êxtase,
o êxtase insuportável desta quase insuportável alegria.
E até isso teremos de aprender:
aprender a viver com a alegria.
É isso: nossa dor é este êxtase de parir esta alegria.
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