Nossa história daria muitas linhas, mas preferiu seguir pelos
vãos. Sem beijos apaixonados e o êxtase dos encontros abrasadores, nossa
história se fez de mensagens subliminares, na fala de músicas, nos lampejos de
um olhar que se fixava quando o outro já partia.
Nossa história aconteceu num movimento de gangorra, no
intervalo tumultuado de dois trens que se cruzam. Cores veladas de um retrato em preto e
branco.
Nunca foi coisa de inventos como as grandes e loucas paixões.
Andamos todo o tempo em busca de uma simples descoberta para chegar a um ponto
de encontro, no meio da confusão polissêmica de nossos sentidos.
Impulsionados pelo potente motor do querer, hesitamos
desorientados pelas orientações da dúvida. E mantivemos, um pro outro, tumular
segredo de nós mesmos...
Tardias epifanias revelarão, do subtexto de nossa história, o
que dela foi bom ou ruim? Quem sabe?
Nossa história foi, assim, uma literatura de entrelinhas.
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