sábado, 20 de julho de 2019

Hasta la victoria!

Machado de Assis, escritor negro, brasileiro, a meu ver o maior escritor do mundo, faz com que somente a leitura completa de seu livro Quincas Borba, com cada peça da narrativa, nos permita decifrar o sentido da frase "ao vencedor, as batatas".
Nem estudos, debates, citações sobre essa filosofia por ele (através de Quincas Borba) chamada de Humanitismo, e nem mesmo a alegoria da guerra pelas batatas, narrada no livro, são suficientes para nos levar à plena apreensão do sentido dessa frase.Qual! Só quem pode explicar as profundezas alcançadas por Machado de Assis é Machado de Assis. E ele o faz, sem eufemismos.
Ao vencedor, as batatas.
Não se compreende a filosofia resumida nessa locução sem estar nu para aceitar que nós, humanamente (e desgraçadamente?), a vivenciamos.Há nela a mesma grandeza, e insofismável e indeclinável revelação da alma humana, que há na frase de Jesus "quem nunca pecou que atire a primeira pedra", e pedras em forma de armas morais foram rolando ao chão, porque nem as pedras aceitariam tamanha mentira da autoafirmação de inocência daquelas almas por si mesmas condenadas.
A vida é uma árdua e sangrenta luta pelas batatas. E não espere nada dela que não seja as batatas aos vitoriosos. Para todo o sempre e sempre, só as terão os vitoriosos.Morte aos deuses!
Que sejam sacrificados os fracos, covardes!, gritou Nietzsche. Nem maçã envenenada de saber, nem maná caindo do céu, mas batatas!
A vida é luta, com derrota ou vitória, e as batatas. Para tê-las, à vitória. "Siempre".

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